Call Spread: Estratégia para Proteção e Ganhos no Agro

Nem sempre é fácil prever para onde vai o preço do milho, da soja, do algodão ou mesmo do boi gordo. Oscilações rápidas ocorrem por inúmeros fatores: clima, câmbio, geopolítica e políticas regionais afetam cotações diariamente. Para produtores rurais, consultores e gestores do agronegócio, controlar os riscos virou tarefa além do básico. Quem já buscou segurança, já esbarrou com termos como hedge, opções, futuros e, claro, estratégias combinadas, como call spread. Talvez você já tenha ouvido falar, mas, será que sabe realmente quando utilizar e quais benefícios ela oferece? Hoje, falaremos sobre isso com clareza, citando exemplos práticos do universo agro e mostrando como a HEDGE AGRO pode contribuir nessa tomada de decisão.

Entendendo o call spread: uma solução de proteção e ganhos moderados

O conceito é, até certo ponto, simples, mesmo que as opções ainda soem complicadas. No mercado, um call spread consiste em comprar uma opção de compra (call) com certo preço de exercício e, ao mesmo tempo, vender outra opção de compra de mesmo vencimento, mas com preço de exercício superior. O resultado? Limita-se o custo da operação e, automaticamente, também o ganho possível. Mas, por outro lado, o risco de perda é controlado e previsível.

Proteção com equilíbrio.

Na prática, essa estratégia se encaixa bem para quem quer se proteger contra uma alta moderada dos preços, sem gastar tanto em prêmios como em outras operações de opções fora do dinheiro. Isso acontece bastante no agronegócio, onde a margem de custos é apertada e a volatilidade das commodities pode tirar o sono de qualquer um.

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Plantação de soja e milho, com gráficos e dados financeiros emergindo ao fundo

Estrutura do call spread

O call spread, especificamente conhecido como bull call spread no caso de apostas em alta, combina duas etapas:

  • Compra de uma opção de compra (call) a um preço de exercício mais baixo (strike A), pagando um prêmio;
  • Venda de uma opção de compra (call) a um preço de exercício mais alto (strike B), recebendo um prêmio.

A diferença entre os prêmios pagos e recebidos diminui o custo da proteção. Com isso, caso a commodity suba além do strike B, o ganho do investidor fica travado na diferença entre os strikes, descontados os custos com os prêmios. Se o preço não ultrapassar o strike A, o prejuízo é limitado ao valor líquido investido.

O uso das opções para hedge não é novidade, mas, aqui, a montagem estratégica mantém o controle sobre custos e sobre a exposição ao risco, fundamental na gestão do agronegócio moderno.

Por que o call spread faz sentido para o agro?

O mercado agrícola é conhecido pelos altos e baixos. Existem anos em que tudo parece caminhar para a bonança e outros em que o preço mal cobre os custos. Instrumentos como os derivativos, já são usados por grandes e pequenos, em 2024/25, por exemplo, usinas brasileiras fizeram hedge de boa parte do açúcar exportado com contratos futuros, mostrando como a proteção é relevante para todos os tamanhos (saiba mais aqui).

Essas opções estruturadas, como a compra de call acompanhada da venda de outra call, combinadas aos contratos futuros, permitem montar cenários de proteção e ganhos ajustados à expectativa de cada produtor. Mas, afinal, por que usar?

  • Controle do custo do hedge: O grande medo ao buscar opções é o custo, prêmios costumam ser caros. Com o call spread, parte do custo é compensada pelo prêmio recebido na venda da opção, reduzindo o valor a ser desembolsado.
  • Risco limitado e conhecido: Como o valor investido nunca será maior do que o prêmio líquido (o que se pagou menos o que se recebeu), não há surpresas desagradáveis.
  • Potencial de alavancagem moderada: Caso a commodity suba, o benefício pode ser algumas vezes superior ao prêmio investido, até o strike superior.
  • Redução da exposição às variações de mercado: O produtor fica tranquilo para gerenciar o restante da operação física sem medo de uma disparada inesperada nos preços.

Custo controlado. Proteção no momento certo.

Aplicação prática no agronegócio: exemplos reais

Para ilustrar, pense em um produtor de soja em Mato Grosso. Ele vendeu grande parte de sua safra antecipadamente, com base nos preços atuais, mas teme perder se o preço disparar – algo que pode ocorrer em função de seca nos EUA, flutuação do dólar ou conflito internacional. Comprar uma call fora do dinheiro custaria caro. O que ele faz, então?

Ele pode adquirir uma opção de compra com strike de R$ 130/saca, pagando um prêmio, e vender outra opção de compra com strike R$ 150/saca, recebendo outro prêmio. Assim, limita a proteção e o custo, permitindo participar de uma alta moderada do grão e, ao mesmo tempo, reduzindo sua despesa inicial.

Ganho limitado é melhor do que prejuízo ilimitado.

Esse raciocínio serve também para milho, algodão e boi gordo. E, para cada produto, as estratégias de proteção devem ser ajustadas ao cenário de preços, de custos atuais e às expectativas do mercado.

Planilha de riscos e gráficos em mesa de escritório rural

Cenários ideais para usar essa estratégia

Existem situações em que o call spread se destaca para o agro. E nenhuma delas é baseada em “apostas” puras. A estratégia faz sentido quando:

  • Existe previsão de possível alta moderada da commodity, mas não se espera movimento explosivo de preço;
  • O produtor já realizou vendas antecipadas e quer participar de uma eventual valorização;
  • O orçamento da fazenda não comporta prêmios elevados para opções individuais fora do dinheiro;
  • Busca-se limitar o prejuízo caso a perspectiva de alta não se confirme.

Não cabe, geralmente, para quem acredita em uma alta muito forte e ilimitada dos preços. Pois nesse caso, operações distintas podem ser mais indicadas.

Custos envolvidos e importância do monitoramento

Ao estruturar a proteção com call spread, tudo começa pelo cálculo do prêmio líquido, a diferença entre o prêmio pago na compra e o recebido na venda de opção. Geralmente, o valor é bem menor que o de uma call simples. No entanto, é importante estar atento a detalhes:

  • Liquidez: Nem todas as combinações de strikes possuem negociação constante. Isso pode limitar as possibilidades práticas.
  • Vencimento: O ideal é que o vencimento das opções coincida ou se aproxime do período de venda física ou entrega nos contratos do produtor.
  • Monitoramento: Mudanças de cenário, notícias repentinas e variações rápidas podem exigir um ajuste na estratégia ou, no mínimo, atenção redobrada até a data de vencimento das opções.

Uma boa escolha de preços de exercício reduz o custo da proteção e ajusta o intervalo de ganhos. Quem já olhou para contratos futuros de soja sabe como o basis varia muito de região para região, influenciado por fatores como sazonalidade e capacidade de armazenagem. Tal como mostram os estudos sobre spread e basis no mercado de derivativos, cada detalhe regional precisa compor o cálculo.

Escolhendo strikes e vencimentos na medida certa

A escolha dos preços de exercício (strikes) é o coração da estratégia. Eles definem quanto o produtor protege, quanto pode ganhar e quanto vai desembolsar. Em geral:

  • O strike inferior define o piso de participação na alta. Quanto mais próximo do preço atual, mais caro é o prêmio.
  • O strike superior impõe o teto do ganho, mas barateia bastante o prêmio total desembolsado.

Alguns preferem trabalhar com um intervalo mais estreito, reduzindo o custo e aceitando ganho menor. Outros ampliam, pagando um pouco mais para ampliar o potencial de participação. E há também os que adaptam conforme a dinâmica da produção: por exemplo, produtores de algodão no Norte buscam strikes diferentes daqueles do Sul, já que o ciclo e o basis variam conforme a localidade e época do ano, como analisam estudos regionais sobre contratos futuros de soja e risco de base.

Cada produtor, um perfil. Cada safra, um cenário.

O papel da consultoria especializada no hedge agro

Mesmo depois de entender a estrutura e os benefícios, é comum restar dúvidas. Operações de hedge podem parecer simples na teoria, mas na prática envolvem riscos, custos e demandas que mudam ano após ano, safra após safra. Aqui entra o trabalho de empresas como a HEDGE AGRO.

Consultorias especializadas avaliam todos os fatores que impactam na escolha dos melhores strikes, vencimentos e volumes a serem protegidos. Muitos estudos mostram que montar estratégias de hedge adequadas para cada commodity pode trazer eficiência, evitar perdas severas e maximizar o resultado líquido do produtor.

Produtor rural e consultor analisando gráficos da colheita

A consultoria personalizada é especialmente útil se:

  • A fazenda tem produção diversificada, que exige soluções diferentes para cada cultura;
  • O produtor deseja aproveitar diferenciais de base favoráveis em determinado momento;
  • Existem dúvidas sobre como operar na prática as opções ou sobre documentação de contratos;
  • Há necessidade de ajustes específicos para hedge de soja, milho, algodão ou boi gordo.

A segurança nas decisões passa pelo conhecimento.

Campo de algodão à esquerda e pastagem de boi gordo à direita

Monitoramento e ajuste: a rotina do produtor moderno

Nenhuma estratégia serve para sempre. O mercado se move rapidamente e, às vezes, é preciso recalibrar a proteção. Opções podem ser recompradas, vendidas, séries ajustadas ou vencimentos rolados para outra janela, principalmente se surgir a perspectiva de uma alta inesperada.

Adotar call spread no agro é uma escolha que exige uma dose de disciplina: não largar a estratégia após montada. Acompanhar notícias, reportes agrícolas, tendências internacionais e regionais. Isso faz parte da rotina de quem busca evitar sustos e abrir mão do improviso na gestão de riscos.

Gestão de riscos integrada: o futuro da produção rural no brasil

Quem atua com grande volume ou diversificação percebe que estratégias puras nem sempre bastam. Muitos produtores já usam contratos futuros, opções, combinação de swaps e outras ferramentas de proteção para criar uma rede de segurança mais ajustada à realidade.

Para cada commodity, há uma solução diferente, ponderando custos, liquidez, alternativas de entrega, diferença regional de basis e riscos de mercado. Como o hedge em commodities agrícolas permite que o produtor garanta preços estáveis, sua pregnância sobre a renda rural é cada vez maior, principalmente com margens apertadas e custos crescentes.

E, sob medida, o call spread vem ganhando espaço por ser uma ferramenta flexível, de custo limitado e riscos ajustáveis à expectativa e ao perfil de cada produtor.

Risco nunca some, mas pode ser domado.

Cuidados e considerações finais

Apesar de todos os pontos positivos, não existe estratégia milagrosa. A adoção do call spread não impede perdas caso o mercado caia abruptamente, pois seu foco está nas altas moderadas. Ainda assim, o valor das operações com opções é claramente menor do que o de outras abordagens tradicionalmente mais caras.

De qualquer modo, há um consenso construído com a prática: quando uma estratégia leva em conta custos, riscos e expectativas, o produtor age com mais tranquilidade. Estudos mostram que o hedge adequado reduz as perdas em cerca de 60% a 85% da produção, dependendo da commodity, do tipo de contrato e das condições de mercado.

Ao olhar para o futuro das estratégias agrícolas no Brasil, a combinação entre formação e suporte especializado ajuda a transformar o improviso de décadas passadas na ação consciente e planejada de organizações inovadoras, como a HEDGE AGRO, que já faz parte da rotina de muitos produtores rurais.

Conclusão

Montar call spread no agro é tomar as rédeas do próprio negócio. Não elimina o risco, mas reduz as surpresas desagradáveis. Permite proteger a receita em momentos decisivos, mantendo o custo sob controle e participando dos ganhos possíveis de mercado.

Ninguém precisa entender tudo sozinho. A equipe da HEDGE AGRO oferece consultoria personalizada, programas de capacitação e soluções sob medida para cada produtor, gestor ou consultor que busca mais segurança e eficiência, tanto na estruturação do hedge, como no acompanhamento das oportunidades do mercado agrícola.

Quer saber qual call spread é ideal para a sua realidade? Procure a HEDGE AGRO e descubra como transformar riscos em oportunidades na sua produção. O próximo passo para ampliar seus resultados e fortalecer sua posição no campo está a um clique, e uma boa conversa, de distância.

Perguntas frequentes

O que é a estratégia call spread?

Call spread é uma estratégia de derivativos que envolve, ao mesmo tempo, a compra de uma opção de compra (call) com certo preço de exercício e a venda de outra opção, de mesmo vencimento, mas preço de exercício mais alto. Assim, busca-se limitar tanto o custo inicial como o ganho máximo, buscando participar de altas moderadas do mercado sem arriscar valores elevados em prêmios.

Como funciona o call spread no agro?

No agronegócio, o call spread serve para proteger a produção física contra altas de preço, especialmente após vendas antecipadas. O produtor compra uma opção de compra para garantir participação em uma possível alta, e vende outra opção para reduzir o custo do prêmio. Se a cotação subir, ele participa do ganho entre os preços de exercício. Se não subir, perde apenas o valor líquido pago.

Quando usar call spread na agricultura?

O call spread é vantajoso quando se espera uma valorização moderada dos preços da commodity, mas não um movimento explosivo. É útil para produtores que já fixaram vendas e desejam se proteger de uma alta adicional, sem gastar tanto em prêmios. Também é recomendado quando o orçamento não comporta opções individuais caras e o objetivo é travar uma faixa de ganhos mais previsível.

Quais as vantagens do call spread?

Entre as principais vantagens estão o controle do custo da proteção (menor desembolso em prêmios), limitação do risco e do ganho, potencial de alavancagem se o preço da commodity subir, e redução da exposição às oscilações de preços. O produtor sabe de antemão quanto pode perder e ganhar, trazendo mais segurança e previsibilidade.

Call spread é arriscado para produtores rurais?

O risco é limitado e conhecido: nunca será maior que o valor pago na operação. Entretanto, há sempre o risco de o mercado não se mover na direção esperada, ou da commodity cair, e o valor investido ser perdido. Por isso, é importante alinhar a expectativa de alta à escolha dos preços de exercício, acompanhando o mercado e, sempre que possível, contando com orientação especializada da HEDGE AGRO ou profissionais de confiança.

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