A Cooprosoja nasceu para oferecer um novo caminho de competitividade aos produtores de soja e milho de Mato Grosso. Sob a presidência de Fernando Cadore, a cooperativa representa hoje um dos movimentos mais significativos do cooperativismo agrícola brasileiro, reunindo mais de 1.300 associados em pouco mais de dois anos de atuação. Este artigo detalha como a Cooprosoja se consolidou, quais benefícios entrega, sua estrutura de governança e a visão de futuro que coloca o pequeno e o médio produtor em pé de igualdade com os grandes grupos do agronegócio.
1. Origem e propósito
A Cooprosoja surgiu em 2023, em um contexto de alta nos custos de insumos e máquinas. Produtores de soja e milho sentiram a necessidade de fortalecer o poder de compra coletivo para equilibrar o jogo diante de grandes grupos agrícolas e pools privados de negociação. Fernando Cadore, com décadas de experiência no agro, liderou a criação da cooperativa para dar voz e força aos pequenos e médios agricultores.
Desde o início, a proposta foi clara: organizar produtores em um modelo cooperativo capaz de gerar escala, barganha e serviços de apoio, sem perder a autonomia individual. A cooperativa rapidamente ganhou adesão, passando de poucas dezenas de produtores para mais de mil associados em todo o estado.
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2. O papel de Fernando Cadore
A história de Fernando Cadore se confunde com a própria expansão da agricultura mato-grossense. Nascido em Santo Ângelo (RS), mudou-se para Mato Grosso em 1984 e construiu uma trajetória sólida como produtor e líder setorial. Engenheiro agrônomo, foi presidente da Aprosoja/MT (2021-2023) e atuou em diversas entidades do agro nacional. Sua liderança na Cooprosoja é marcada pela busca de eficiência, governança e foco no associado.
Cadore defende que a cooperativa é “o canal para o produtor ter o poder de compra dos grandes e dos pools privados”, deixando claro que a Cooprosoja é mais que uma associação: é um instrumento estratégico de mercado.
3. Modelo de funcionamento
A Cooprosoja segue os princípios do cooperativismo moderno:
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Compra coletiva: negociações em grande escala de fertilizantes, defensivos, sementes, combustíveis e máquinas, garantindo preços mais competitivos.
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Governança democrática: decisões tomadas em assembleias, com transparência e participação dos cooperados.
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Confidencialidade de preço: proteção estratégica para que os valores negociados não sejam expostos ao mercado, evitando que concorrentes ou fornecedores usem as informações contra os produtores.
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Serviços de apoio: orientação técnica, análise de mercado e informações para planejamento de safra.
Esse modelo permite que produtores que antes compravam em pequenos volumes passem a ter as mesmas condições comerciais de grandes grupos, aumentando margens e previsibilidade de custos.
4. Benefícios para pequenos e médios produtores
O grande diferencial da Cooprosoja é dar competitividade a quem historicamente tinha menor poder de negociação. Antes, pequenos e médios produtores dependiam de pools restritos ou ficavam reféns de fornecedores com preços altos. Agora, com a força coletiva:
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Economia real: os descontos obtidos nas negociações em grupo chegam a representar economias significativas por hectare.
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Planejamento: contratos de compra de longo prazo, com prazos e condições de pagamento mais favoráveis.
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Acesso a tecnologia: possibilidade de adquirir máquinas de última geração e insumos de qualidade superior.
Fernando Cadore destaca que a união é o fator-chave: “Sozinho, o produtor é cliente; juntos, somos parceiros estratégicos da indústria.”
5. Confidencialidade e governança
Um dos pilares da Cooprosoja é a confidencialidade. Em vez de divulgar preços abertamente, a cooperativa compartilha com seus associados os resultados das negociações de forma segura. Essa prática impede que grandes fornecedores reajustem valores com base nas informações coletivas e garante vantagem competitiva.
A governança é assegurada por estatuto e conselhos eleitos. Cada associado tem voz e voto, independentemente do tamanho da propriedade. Isso cria um ambiente de confiança e responsabilidade mútua.
6. Resultados alcançados
Em apenas dois anos, a Cooprosoja já apresenta números impressionantes:
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Mais de 1.300 produtores cooperados.
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Área somada superior a 2 milhões de hectares.
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Negociações coletivas que reduziram custos de insumos em percentuais de dois dígitos, segundo balanços internos.
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Ampliação da presença em diversos municípios do estado, fortalecendo a rede logística.
Esses resultados confirmam que o cooperativismo é um caminho eficaz para equilibrar as forças de mercado no agronegócio.
7. Desafios e perspectivas
Apesar do sucesso inicial, a Cooprosoja enfrenta desafios típicos do setor:
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Volatilidade de preços internacionais de insumos e commodities.
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Necessidade de expansão logística para atender a um número crescente de associados.
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Manutenção da governança à medida que a base de cooperados aumenta.
Para Fernando Cadore, o futuro passa por diversificação de serviços, com novos projetos de comercialização conjunta, programas de sustentabilidade e até iniciativas de exportação direta. A meta é consolidar a cooperativa como referência nacional em organização de produtores.
8. Impacto para o agronegócio brasileiro
A experiência da Cooprosoja serve de modelo para outras regiões do Brasil. Ao fortalecer pequenos e médios produtores, a cooperativa:
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Aumenta a competitividade da cadeia de soja e milho.
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Reduz a dependência de intermediações onerosas.
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Estimula a profissionalização da gestão rural.
O exemplo mato-grossense mostra que o cooperativismo, quando bem liderado, é uma ferramenta poderosa para equilibrar o mercado e garantir renda ao produtor.
9. Mensagem final de Fernando Cadore
Fernando Cadore resume a filosofia da Cooprosoja em uma frase: “Cooperativa é união com propósito. É onde o pequeno produtor encontra a força de um gigante sem perder a identidade.”
Ele acredita que a união é o único caminho para manter a agricultura brasileira competitiva e sustentável a longo prazo.
Conclusão
A Cooprosoja prova que o cooperativismo moderno é capaz de transformar realidades. Sob a liderança de Fernando Cadore, a cooperativa não é apenas um canal de compras coletivas, mas um movimento de empoderamento dos produtores mato-grossenses. Sua história reforça a ideia de que, no agro, ninguém precisa crescer sozinho: juntos, é possível alcançar preços melhores, tecnologia de ponta e voz ativa nas negociações.